segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Festa da Independência de Angola

Angola está independente da colônia portuguesa desde 11 de novembro de 1975. Neste ano, completou 34 anos de indepência.
É uma país semi presidencialista e democrático (um presidente eleito, um primeiro ministro, um parlamento) que vive sem guerra civil há apenas 7 anos.
Principais riquezas: Petroléo e diamante
População estimada: 16 milhões de habitantes
Principais línguas locais: Kimbundu, Umbungu
Superfície: 1.246.700 km2
Capital: Launda

Festa
Data: 28 de Novembro de 2009 (sábado agora)
Local: Rancho da Jackie na SC 401, depois do Floripa Shopping.
Ponto de referência: Em frente ao Brinca Mundi
Horário: Apartir das 21h
Preço: R$ 25 - Bebida liberada e comida típica liberada (open bar)
Atrações: Apresentação de dança típica de Angola; Passagem de modelos típicos africanos; Música tradicional e contemporãnea africana - Angolana e todos outros estilos.
Contatos:
Telita: (48) 9977-1191
Tiago: (48) 9618-7972

domingo, 22 de novembro de 2009

João Melo vence Prêmio Nacional de Cultura Angolano


João Melo foi o vencedor da edição 2009, categoria de literatura, do Prêmio Nacional de Cultura e Artes 2009, atribuído pelo Ministério da Cultura (Mincult) Angolano.

O escritor angolano que acaba de publicar na Caminho o livro O Homem Que Não Tira o Palito da Boca recebeu este prêmio, cujo valor é de U$35 mil, pelo conjunto das suas obras em poesia e ficção.

João Melo estará em Portugal para a apresentação do seu novo livro, que decorrerá no dia 24 de Novembro, às 18h30, na
Livraria Pó dos Livros, em Lisboa.


João Melo nasceu em 1955 em Luanda, onde vive. É escritor, jornalista, publicitário, professor universitário e deputado à Assembleia Nacional de Angola. Fez os estudos primários e secundários em Luanda. Estudou Direito em Coimbra e Luanda, graduou-se em Jornalismo na Universidade Federal Fluminense e fez o Mestrado em Comunicação e Cultura na Universidade Federal do Rio de Janeiro, ambas no Brasil. É membro fundador da União de Escritores Angolanos, da qual já foi secretário geral, presidente da Comissão Directiva e presidente do Conselho Fiscal. Como escritor, é poeta, contista, cronista e ensaísta. Editado em Angola, Portugal, Brasil e Itália, publicou doze livros de poesia, cinco de contos e um de ensaios. Está representado em várias antologias, em Angola e no estrangeiro. Teve três menções honrosas, duas no Prémio Sonangol de Literatura e uma no Prémio Sagrada Esperança, ambos em Angola. Tem textos traduzidos para inglês, mandarim, alemão, italiano e húngaro.

João Melo escreveu o seu primeiro texto literário em 1970, aos 15 anos de idade, tendo começado por publicar poesia, em Luanda. Em 1999, lançou o primeiro dos cinco livros de estórias (contos) que escreveu até à data, todos eles publicados em Portugal pela Caminho. Para assinalar, em 2010, os 40 anos de vida literária do autor, a editora está a programar a finalização da publicação de um conjunto de cinco antologias temáticas da poesia do autor (a primeira, designada Auto-Retrato, saiu em 2007).

Como jornalista, João Melo tem 35 anos de experiência profissional, tendo trabalhado na Rádio Nacional de Angola e dirigido a Agência Angola-Press (ANGOP) e o Jornal de Angola, assim como o Correio da Semana, primeiro jornal angolano privado pós-independência, surgido em 1992. Em 2006, criou a revista África 21, da qual é o director. Colaborador de diversas publicações, mantém actualmente uma coluna regular no Jornal de Angola, Novo Jornal e Semanário Angolense, todos em Angola, assim como nos jornais Savana, de Moçambique, A Semana, de Cabo Verde, e Correio da Semana, de São Tomé e Príncipe. Em 2008 recebeu o Prémio Maboque de Jornalismo, a maior distinção jornalística de Angola.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Titulação dos Quilombolas já!

MANIFESTO EM DEFESA DA TITULAÇÃO DOS TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS JÁ !!!
Pela Assinatura da Portaria da Comunidade de Remanescente de Quilombos Invernada dos Negros – Campos Novos - SC

As Comunidades Remanescentes dos Quilombos de Santa Catarina, juntamente com o Movimento Negro Unificado- MNU-SC, vem perante a população e o povo brasileiro denunciar a grave situação de ataque aos direitos das comunidades quilombolas.
A luta quilombola é secular. Nós e o conjunto das entidades e organizações do movimento negro somos herdeiros e fazemos parte dessa frente.
Hoje, informalmente, são mais de cinco mil comunidades remanescentes de quilombos, nos mais variados graus de organização e mobilização pela defesa de seus direitos e em todos estados da federação.
Direito estes que vem sendo duramente atacados nas várias esferas do estado, como a ADIN - Ação Direta de Inconstitucionalidade, ajuizada pelo DEM (Democratas ex-PFL); o projeto de decreto legislativo de autoria do deputado do PMDB de Santa Catarina (deputado Valdir Colatto, projeto de lei 3654), bem como todas as argumentações da bancada ruralistas para a retirada da conceituação de quilombos do Estatuto da Igualdade Racial, as pressões para alterações na instrução normativa (in), anteriormente in 20, hoje, in 52.

A Comunidade de Remanescentes de Quilombos Invernada dos Negros, vem bravamente resistindo a todos estes ataques, foi um longo período de opressão, esbulho onde a comunidade sofreu perseguições de jagunços contratados pela empresa, foi cerceada sua liberdade em seu território, suas lideranças perseguidas e ameaçadas, desemprego como retalhação, acreditou no compromisso deste governo na construção de políticas para a parcela da população expropriada historicamente.

Diante da luta e da história a Comunidade de Remanescentes de Quilombos Invernada dos Negros não vai recuar dos seus direitos. Foram seguidos todos os procedimentos exigidos pelo decreto 4.887/03 para a titulação e de acordo com os pareceres técnicos, está pronto para a assinatura da portaria pelo presidente da república.
No entanto, a comunidade foi surpreendida com a probabilidade de ser retirada da lista de comunidades que teriam a assinatura da portaria, prevista para 20 de novembro de 2009.
A retirada da portaria da Invernada dos Negros se consolidará como um retrocesso para luta por titulação dos territórios quilombolas e para as demais lutas do povo negro.
O momento é de unidade, e viemos a público conclamar a todos para a luta pela assinatura da portaria da Comunidade Invernada dos Negros no dia 20 de novembro.
Pela titulação imediata, desenvolvimento e sustentabilidade dos territórios quilombolas.

Titulação já!!!
Reaja a violência racial!!!!
Reparação já!!!

Movimento Negro Unificado – SC;
Comunidade de Remanescentes de Quilombos Invernada dos Negros – Campos Novos – SC;
Comunidade de Remanescentes do Quilombo Campo dos Polli;
Comunidade dos Remanescentes do Quilombo Aldeia;
Comunidade dos Remanescentes do Quilombo Morro do Fortunato;
Comunidade dos Remanescentes do Quilombo São Roque;
Núcleo de Estudos Negros – NEN.


Assine o manifesto e envie para:

Presidente: Luiz Inácio Lula da Silva
pr@planalto.gov.br
gabinete@planalto.gov.br

Casa Civil
Ministra-Chefe: Dilma Rousseff
casacivil@planalto.gov.br
gabinetecasacivil@planalto.gov.br

MDA
Ministro: Guilherme Cassel
guilherme.cassel@mda.gov.br
caio.franca@mda.gov.br

INCRA
Presidente: Rolf Hackbart
presidencia@incra.gov.br

Senadora Ideli Salvatti
ideli.salvatti@senadora.gov.br

Deputado Vignatti
dep.vignatti@camara.gov.br

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

20 de novembro - feriado municipal

O projeto de lei 12.166/06, do vereador Márcio de Souza - PT, que institui feriado municipal o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, foi aprovado na Câmara Municipal, na noite do dia 9, segunda-feira. Agora o PL será encaminhado ao prefeito para sanção.
A Coppir esteve presente na Câmara, junto com outras entidades.



Cufa, Velha Guarda da Protegidos, Conselho Municipal de Igualdade Racial, Bloco Afoxé, gabinete do vereador Márcio de Souza - PT e a coordenadora

Fotos: Artur de Bem

Cufa - Central Única das Favelas

A Central Única das Favelas/CUFA é uma organização nacional formada a partir das reuniões entre os jovens de várias favelas – geralmente negros e pertencentes ao movimento hip hop, que buscavam espaço na cidade para expressar suas atitudes e questionamentos. Como resultado dos primeiros encontros, eles descobriram que juntos poderiam se organizar em torno de um ideal: transformar as favelas por meio dos próprios talentos e potenciais diante de uma sociedade em que a discriminação por causa de cor, classe social e origem ainda não foram superadas. Por essa razão, em 1998, fundaram a CUFA. Inicialmente, a organização teve como manifestação cultural o hip hop, porém tem buscado ainda ampliar e atingir outras formas de expressões, conscientizando e elevando a auto-estima das camadas não privilegiadas por meio de uma linguagem própria.

Desde a fundação, buscou-se um pólo de produção cultural e inclusão social, desenvolvendo projetos de educação, esportes, profissionalização, cultura, inclusão social nas periferias; sobretudo a partir da criação de CUFAs estaduais, na maior parte do Brasil.
Para a realização dos projetos e da manutenção desta rede, conta-se com parcerias de instituições como SENASP, Rede Globo, Ministério da Cultura, Ministério dos Esportes, Ministério da Justiça, SEPPIR, Ford Foundation, Ministério do Trabalho, UNESCO, Consulado Americano, Petrobrás, MTV, entre outras.

A metodologia da organização é baseada no conceito de Fair Trade (trabalho em rede). Hoje localizada nos 26 estados e Distrito Federal, totalizando cerca de 50 bases de trabalho nas periferias do Brasil.

A missão da organização é contribuir para o desenvolvimento social, econômico e cultural das periferias, através de projetos que valorizem talentos e aptidões individuais e/ou coletivas destinadas prioritariamente a crianças, jovens e mulheres de comunidades periféricas. Este público apresenta alto grau de vulnerabilidade psicossocial, principalmente por seu envolvimento ou proximidade com a violência gerada pelo tráfico de drogas.

Fonte: Cufa

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Semana da Consciência Negra





Na semana de 16 à 20 de novembro, Florianópolis será sede de um evento de extrema importância nacional. O II Diálogos Brasil África - Semana da Consciência Negra, promovido pela Prefeitura Municipal de Florianópolis, através da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial.
O dia 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra, em homenagem ao herói brasileiro Zumbi dos Palmares.

Durante a Semana haverá palestras com temas sobre religião, cotas, Estatuto da Igualdade Racial, entre outros temas, mostras de dança, artes plásticas, artesanato, gastronomia, exposição de trabalhos desenvolvidos por instituições, entidades, ongs e projetos sociais; debates e informações sobre a cultura negra para o público em geral.

O evento busca mobilizar a sociedade para a reflexão e conscientização da contribuição da população negra na construção da nossa sociedade e da luta para alcançarmos relações de igualdade de oportunidades, valorizando a pluralidade e a diversidade cultural de Florianópolis.


Zumbi foi o líder do Quilombo dos Palmares, maior Quilombo já registrado. Os Quilombos eram locais de abrigo aos escravos fugidos das senzalas. O Quilombo dos Palmares foi o mais importante por ser um dos maiores, mais organizados e liderados pelo líder Zumbi, reconhecido como herói nacional recentemente pelo governo brasileiro.

Zumbi fundou o Quilombo dos Palmares, pois não aceitava as condições impostas e acreditava que seu povo deveria ser livre. Forte, guerreiro, inteligente, profundo conhecedor de suas terras, seus direitos e de táticas de guerra, Zumbi se armou de tal forma que era impossível capturá-lo. Somente quando foi delatado por um dos seus, é que foi capturado e sua cabeça exposta em praça pública para intimidar os outros escravos que já pensavam que Zumbi era imortal, mostrando que ele era uma pessoa comum e que não era tão forte quanto parecia. Era 20 de novembro de 1695.

A Coppir, em comprometimento com a ancestralidade negra, jamais esquecerá Zumbi, e fará da Semana da Consciência Negra um momento para que o povo que descendeu de Zumbi não se esqueça da sua força. Pois como clama uma das atrações do evento, a Frente 03 de Fevereiro, “Zumbi somos nós”.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Besouro

Palmares celebra o Dia Nacional da Cultura com exibição especial do filme Besouro: da capoeira nasce um herói

Para celebrar o Dia Nacional da Cultura, a Fundação Cultural Palmares apresenta uma sessão especial do filme Besouro: da capoeira nasce um herói, do diretor João Daniel Tikhomiroff, hoje (5), às 19h no Museu da República. A abertura do filme contará com a presença do Ministro da Cultura, Juca Ferreira, do presidente da Palmares, Zulu Araújo, do diretor do filme e dos artistas do elenco Flávio Rocha, José Carlos Santos (Zebrinha), Leno Sacramento e Sérgio Laurentino, que conversarão com o público após a apresentação do filme.

Mais informações da Fundação Cultural Palmares aqui.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Fanta Kanotê e Troupe Djembedon

FANTA KONATÊ e TROUPE DJEMBEDON apresentam " JURAMANDÉN - A Diáspora da Luz"


UNINDO o Brasil e a GUINÉ, o espetáculo "JURAMANDÉN - A Diáspora da Luz" traz uma bela mensagem do Império Mandinga Sec XIII, A "CARTA DO MANDÉN" datada de 1222 d.C., numa linguagem musical atual que tem como base a rítmica e a timbragem da Guine complementada pela Harmonia Brasileira, unindo tambores e instrumentos ancestrais Imperiais com violão, guitarra, viola, sax e multimídia.

FANTA KONATÊ é considerada uma das mais renomadas bailarinas africanas do mundo, filha do grande mestre percussionista FAMOUDOU KONATÊ, e acaba de voltar de uma belíssima turnê de 2 meses no Japão. Sua voz é única e tem a força e a doçura da África Oeste, Terra dos ETERNOS GRIÔS.

Os artistas convidados são de altíssimo nível : Carlinhos Antunes (cordas), Simone Sou (percussão), Josué dos Santos (sopros), Téo Ponciano (Multimídia e VJ), Street Breakers Crew e outros.

Através deste trabalho pioneiro, acessamos as raízes mais puras do Oeste Africano, preservadas desde o Império de Mali (sec. XIII), em ressonância harmoniosa com o Brasil (Herdeiro), abrangendo todas as frequências, tons e cores neste novo show.

IMPERDíVEL !!!


SERVIÇO : Shows e Oficinas de Fanta Konatê e a Troupe Djembedon - Programação de Novembro 2009

SHOWS

07 nov SESC Pinheiros – Praça de Convivência 16h – Grátis
08 nov SESC Pinheiros – Praça de Convivência 16h – Grátis
10 nov Floripa Festival de Música Contemporânea - 20h
14 nov Itápolis – Circuito Cultural Paulista – 20h - Grátis
17 nov Floripa COPPIR
20 nov SESC Pinheiros – Praça de Convivência 16h – Grátis
21 nov Votuporanga – Circuito Cultural Paulista – 20h - Grátis
27 nov Ourinhos – Circuito Cultural Paulista – 20h - Grátis
28 nov Garça – Circuito Cultural Paulista – 20h - Grátis
29 nov São Manuel – Circuito Cultural Paulista – 20h – Grátis

Convidados
Todos os shows – Carlinhos Antunes
Todos os shows, exceto 7, 8 e 14 - Josué dos Santos
14 a 29 nov- Simone Sou

Oficinas
03 nov SESC Pinheiros -Dança - jovens e Adultos
04 nov SESC Pinheiros – Perc -Curumim - Infantil
05 nov SESC Pinheiros – Dança - jovens e Adultos
06 nov SESC Pinheiros – Perc - Curumim - Infantil
11 nov TAC – Florianópolis – Percussão - 14h
12 nov TAC – Florianópolis – Percussão - 14h
12 nov TAC – Florianópolis – Mesa Redonda - 18h
20 nov SESC Pinheiros – 11h Livre

Shows da Troupe Djembedon com o Côro Luther King
18 nov SESC Santana – Missa Luba com Fabiana Cozza - 20h
19 nov SESC Santana – Missa Luba com Fabiana Cozza - 20h

Site: www.fantakonate.com e www.africaviva.org.br
Ouvir faixas do CD: www.myspace.com/fantakonate
Telefone: 11 3368-6049
Skype : djembedon1
Email: institutoafricaviva@gmail.com
MSN: institutoafricaviva@hotmail.com


No Youtube

Fanta Konatê
http://br.youtube.com/watch?v=BWWpgMiaSUA (Krin 2009)
http://www.youtube.com/watch?v=8R7ZvXNuATo (Virada Paulista 2009)
http://www.youtube.com/watch?v=qYIHoldhJD8 (Workshop Forró da Lua Cheia)
http://www.youtube.com/watch?v=l2T1oKqyGZ0 (2008 Tour)
http://www.youtube.com/watch?v=9xZphipb6M4 (Festival de Brasília)
http://www.youtube.com/watch?v=N81t6F07568 (Fanta Canta para os Quilombolas Kalungas)
http://www.youtube.com/watch?v=DkzQNmgTccA (Filme SOU Meninos do Morumbi)
http://www.youtube.com/watch?v=2aONizz__Ys (Filme SOU Meninos do Morumbi 2)
http://br.youtube.com/watch?v=_KNBV78OI64 (com Rita Ribeiro no show de Simone Sou 2)

Coro Luther King e Troupe Djembedon (2009)
http://www.youtube.com/watch?v=Le5QwL8gDWg (Afrocanto 2 Dunumbá)
http://www.youtube.com/watch?v=aD1AL5OON5c (Afrocanto 3 Berimbau - Fabiana Cozza)
http://www.youtube.com/watch?v=d_sovbwMcQY (Afrocanto 5 Sanctus)
http://www.youtube.com/watch?v=0da7_ditbhg (Afrocanto 6 Sidi Mansur e Kyrie - Mouna Amani)
http://www.youtube.com/watch?v=FJdT4aVQdbY (Afrocanto 8 Gloria - Mouna Amani)

Vídeos da Biomusica (Trabalho Humanitário com Tambores)
http://www.youtube.com/watch?v=YNDSAHhHsnI (África)
http://www.youtube.com/watch?v=FJFHdT8aAxE (Brasil)

domingo, 1 de novembro de 2009

O inimigo nº 1 da ditadura - Carlos Marighella



Carlos Marighella nasceu em Salvador, Bahia, em 5 de dezembro de 1911. Era filho de imigrante italiano com uma negra descendente dos haussás, conhecidos pela combatividade nas sublevações contra a escravidão.
De origem humilde, ainda adolescente despertou para as lutas sociais. Aos 18 anos iniciou curso de Engenharia na Escola Politécnica da Bahia e tornou-se militante do Partido Comunista, dedicando sua vida à causa dos trabalhadores, da independência nacional e do socialismo.

Conheceu a prisão pela primeira vez em 1932, após escrever um poema contendo críticas ao interventor Juracy Magalhães. Libertado, prosseguiria na militância política, interrompendo os estudos universitários no 3o ano, em 1932, quando deslocou-se para o Rio de Janeiro.

Em 1o de maio de 1936 Marighella foi novamente preso e enfrentou, durante 23 dias, as terríveis torturas da polícia de Filinto Müller. Permaneceu encarcerado por um ano e, quando solto pela “macedada” – nome da medida que libertou os presos políticos sem condenação -- deixou o exemplo de uma tenacidade impressionante.

Transferindo-se para São Paulo, Marighella passou a agir em torno de dois eixos: a reorganização dos revolucionários comunistas, duramente atingidos pela repressão, e o combate ao terror imposto pela ditadura de Getúlio Vargas.

Voltaria aos cárceres em 1939, sendo mais uma vez torturado de forma brutal na Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo, mas se negando a fornecer qualquer informação à polícia. Na CPI que investigaria os crimes do Estado Novo o médico Dr. Nilo Rodrigues deporia que, com referência a Marighella, nunca vira tamanha resistência a maus tratos nem tanta bravura.

Recolhido aos presídios de Fernando de Noronha e Ilha Grande pelo seis anos seguintes, ele dirigiria sua energia revolucionária ao trabalho de educação cultural e política dos companheiros de cadeia.

Anistiado em abril de 1945, participou do processo de redemocratização do país e da reorganização do Partido Comunista na legalidade. Deposto o ditador Vargas e convocadas eleições gerais, foi eleito deputado federal constituinte pelo estado da Bahia. Seria apontado como um dos mais aguerridos parlamentares de todas as bancadas, proferindo, em menos de dois anos, cerca de duzentos discursos em que tomou, invariavelmente, a defesa das aspirações operárias, denunciando as péssimas condições de vida do povo brasileiro e a crescente penetração imperialista no país.

Com o mandato cassado pela repressão que o governo Dutra desencadeou contra o comunistas, Marighella foi obrigado a retornar à clandestinidade em 1948, condição em que permaneceria por mais de duas décadas, até seu assassinato.

Nos anos 50, exercendo novamente a militância em São Paulo, tomaria parte ativa nas lutas populares do período, em defesa do monopólio estatal do petróleo e contra o envio de soldados brasileiros à Coréia e a desnacionalização da economia. Cada vez mais, Carlos Marighella voltaria suas reflexões em direção do problema agrário, redigindo, em 1958, o ensaio “Alguns aspectos da renda da terra no Brasil”, o primeiro de uma série de análises teórico-políticas que elaborou até 1969. Nesta fase visitaria a China Popular e a União Soviética, e anos depois, conheceria Cuba. Em suas viagens pôde examinar de perto as experiências revolucionárias vitoriosas daqueles países.

Após o golpe militar de 1964, Marighella foi localizado por agentes do DOPS carioca em 9 de maio num cinema do bairro da Tijuca. Enfrentou os policiais que o cercavam com socos e gritos de “Abaixo a ditadura militar fascista” e “Viva a democracia”, recebendo um tiro a queima-roupa no peito. Descrevendo o episódio no livro “Por que resisti à prisão”, ele afirmaria: “Minha força vinha mesmo era da convicção política, da certeza (...) de que a liberdade não se defende senão resistindo”.

Repetindo a postura de altivez das prisões anteriores, Marighella fez de sua defesa um ataque aos crimes e ao obscurantismo que imperava desde 1o de abril. Conseguiu, com isso, catalisar um movimento de solidariedade que forçou os militares a aceitar um habeas-corpus e sua libertação imediata. Desse momento em diante, intensificou o combate à ditadura utilizando todos os meios de luta na tentativa de impedir a consolidação de um regime ilegal e ilegítimo. Mas, mantendo o país sob terror policial, o governo sufocou os sindicatos e suspendeu as garantias constitucionais dos cidadãos, enquanto estrangulava o parlamento. Na ocasião, Carlos Marighella aprofundou as divergências com o Partido Comunista, criticando seu imobilismo.

Em dezembro de 1966, em carta à Comissão Executiva do PCB, requereu seu desligamento da mesma, explicitando a disposição de lutar revolucionariamente junto às massas, em vez de ficar à espera das regras do jogo político e burocrático convencional que, segundo entendia, imperava na liderança. E quando já não havia outra solução, conforme suas próprias palavras, fundou a ALN – Ação Libertadora Nacional para, de armas em punho, enfrentar a ditadura.

O endurecimento do regime militar, a partir do final de 1968, culminou numa repressão sem precedentes. Marighella passou a ser apontado como Inimigo Público Número Um, transformando-se em alvo de uma caçada que envolveu, a nível nacional, toda a estrutura da polícia política.

Na noite de 4 de novembro de 1969 – há exatos 30 anos -- surpreendido por uma emboscada na alameda Casa Branca, na capital paulista, Carlos Marighella tombou varado pelas balas dos agentes do DOPS sob a chefia do delegado Sérgio Paranhos Fleury.


Resumo biográfico

1911 - No dia 5 de dezembro, Carlos Marighella nasce na Rua do Desterro número 9, na cidade de São Salvador, Estado da Bahia. Seus pais são o casal Maria Rita do Nascimento, negra e filha de escravos, e o imigrante italiano, o operário Augusto Marighella. Carlos teve sete irmãos e irmãs.

1929 - Marighella começa a cursar engenharia civil na antiga Escola Politécnica da Bahia, depois de haver estudado no Ginásio da Bahia, hoje Colégio Central. Numa e noutra escola, destaca-se como aluno, pela alegria e criatividade. São famosas suas diversas provas em versos.

1932 - Ingressa na Juventude Comunista. O Partido Comunista havia sido criado em 1922. Com a revolução de 30 uma grande efervescência política varria o Brasil. Marighella participa de manifestações contra o regime autoritário e o interventor Juracy Magalhães. Inconformado com versos de Marighella que o ridicularizavam, Juracy manda prendê-lo e espancá-lo.

1936 - Abandona o curso de engenharia e vai para São Paulo a mando da direção, reorganizar o Partido Comunista, que havia sido gravemente reprimido após o levange de 1935. É, porém, novamente preso e torturado durante 23 dias pela Polícia Especial de Felinto Muller.

1937 - Marighella é libertado pela anistia assinada pelo ministro Macedo Soares e, quatro meses depois, Getúlio dá o golpe e instaura o Estado Novo. Na clandestinidade, Marighella é encarregado da difícil tarefa de combater as tendências internas dissidentes da linha oficial do PCB em São Paulo.

1939 - Preso pela terceira vez, é confinado em Fernando de Noronha. Na cadeia, os revolucionários presos organizam uma universidade popular e Marighella dá aulas de matemática e filosofia.

1942 - Os presos políticos vão para a Ilha Grande, no litoral do Rio de Janeiro, porque Fernando de Noronha passa a ser usada como base de apoio das operações militares dos aliados no Atlântico Sul.

1943 - Na Conferência da Mantiqueira, Marighella, mesmo preso, é eleito para o Comitê Central. O Partido Comunista adota linha de apoio ao governo Vargas em razão da entrada do Brasil na guerra, posição de que ele discorda, embora a cumpra, por dever de militância.

1945 - Anistia, em abril, devolve à liberdade os presos políticos. Com a vitória das forças antifascistas, o PCB vai à legalidade e participa da eleição para a Constituinte. Marighella é eleito como um dos deputados constituintes mais votados da bancada..

1946 - Apesar do apoio de Prestes, o general Dutra, eleito Presidente da República, desencadeia repressão aos comunistas. Marighella participa ativamente da Constituinte com um dos redatores do organismo parlamentar. Conhece Clara Charf.

1947 -Ainda no primeiro semestre é fechada a União da Juventude Comunista. Depois, é o próprio Partido que é posto na ilegalidade. Marighela coordena a edição da revista teórica do PCB, Problemas e vive um relacionamento com dona Elza Sento Sé, que resulta no nascimento, em maio de 1948, de seu filho Carlos.

1948 - No início do ano são cassados os mandatos dos parlamentares comunistas. Marighella volta à clandestinidade. Data desse ano seu romance com Clara Charf, sua companheira até o fim da vida.

1949/1954 - Em São Paulo, Marighella cuida da ação sindical do PCB. Sob sua direção o PC se vincula aos operários, participa da campanha "O Petróleo é nosso" e organiza a greve geral conhecida como "dos cem mil" em 1953. Considerado esquerdista pela direção do Partido, é mandado em viagem à China. Lá é internado em razão de uma pneumonia. Depois, vai à União Soviética e volta ao Brasil em 1954.

1955 - A morte de Getúlio Vargas e o início do governo de Juscelino Kubistchek permitem que os comunistas, embora na ilegalidade, atuem de modo mais visível.

1956/1959 - O XX Congresso do PC da União Soviética inicia a desestalinização. O PCB adota a linha da "coexistência pacífica" pregada pela União Soviética. A vitória da Revolução Cubana, porém, contraria frontalmente as posições do movimento comunista internacional.

1960/1964 - A renúncia de Jânio gera uma crise política. Jango toma posse e Marighella passa a divergir da linha oficial do PC, principalmente de sua política de moderação e subordinação à burguesia. Em 1962, divisão do PC dá origem ao Partido Comunista do Brasil - PC do B.

1964 - Com o golpe de abril, instaura-se a ditadura militar. Perseguido pela polícia, Marighella entra num cinema do bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, e lá resiste aos policiais até ser diversas vezes baleado, espancado e finalmente preso. Sua resistência transformou sua prisão em um ato político que teve repercussão nacional. É solto depois de 80 dias, depois de um habeas corpus pedido pelo advogado Sobral Pinto.

1965 - Escreve e publica o livro "Por que resisti à prisão", em que aponta sua opção por organizar a resistência dos trabalhadores brasileiros contra a ditadura e pela libertação nacional e o socialismo.

1966 - Publica "A Crise Brasileira", onde aprofunda suas posições críticas à linha do PCB, prega a adoção da luta armada contra a ditadura, fundada na aliança dos operários com os camponeses.

1967 - Na Conferência Estadual de São Paulo as idéias de Marighella saem vitoriosas por ampla maioria - 33 a 3 -, apesar da participação pessoal e contrária de Luiz Carlos Prestes. Vendo que a derrota no VI Congresso era iminente, Prestes inicia um processo de intervenções nos Estados, para impedir a participação de delegados ligados à corrente de esquerda. Marighella viaja a Cuba para participar da conferência da Organização Latino-Americana de Solidariedade-OLAS. O PCB envia telegrama desautorizando sua participação e ameaçando-o de expulsão. Disso resulta uma carta dele rompendo com o Comitê Central do PCB e afirmando que ninguém precisa pedir licença para praticar atos revolucionários. Como represália, é expulso do Partido Comunista. Retorna ao Brasil e funda a Ação Libertadora Nacional-ALN e dá início à luta armada contra a ditadura militar.

1968 - Marighella participa diretamente de diversas ações armadas recuperando fundos para a construção da ALN. No primeiro de maio, em São Paulo, os operários tomam o palanque de assalto, expulsam o governador Sodrée realizam comemorações combativas do dia internacional dos trabalhadores. O Movimento estudantil toma conta das ruas em manifestações contra a ditadura que chegaram a mobilizar cem mil pessoas. Em outubro, porém, o Congresso da UNE é descoberto pela polícia e os estudantes sofrem grave derrota. Também no final do ano, torna-se conhecido o fato de que Marighella comandava parte das ações guerrilheiras.

1969 - No início do ano, a descoberta de planos da Vanguarda Popular Revolucionária - VPR pela polícia antecipa a saída do capitão Carlos Lamarca de um quartel do exército em Osasco, levando um caminhão carregado com armamento para a guerrilha. Em setembro o embaixador norte-americano é feito prisioneiro por um destacamento unificado com integrantes da ALN e do MR-8 e trocado por quinze presos políticos. No dia 4 de novembro, às oito horas da noite, Carlos Marighella caiu numa emboscada armada pelos inimigos do povo brasileiro em frente ao número 800 da alameda Casa Branca, em São Paulo, e foi assassinado. Sua organização, a ALN sobreviveu até 1974.


Fonte: http://www.carlos.marighella.nom.br/