terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Diálogo entre Brasil e África

Por Adelto Gonçalves

CARTAS D´ÁFRICA E ALGUMA POESIA, coligidas e selecionadas por Salim Miguel seguidas de Conversa Carioca de Marques Rebelo. Rio de Janeiro: Topbooks/Academia Brasileira de Letras, 2005, 188 págs., E-mail: topbooks@topbooks.com.br


Houve uma época, há meio século, apesar das dificuldades de comunicação de então e da ditadura salazarista que grassava, que havia maior intercâmbio entre os intelectuais do Brasil e de Angola, Moçambique e outras terras africanas em que se fala o português. Não acreditam? Pois leiam o que Salim Miguel, escritor brasileiro que anda na juventude de seus 80 anos, reuniu em Cartas d´África e Alguma Poesia (Rio de Janeiro, Topbooks/Academia Brasileira de Letras, 2005).

São cartas que ele recebeu na década de 1950 de escritores das colônias portuguesas na África, eufemisticamente chamadas de províncias do Ultramar. Radicado em Florianópolis, Salim Miguel, em companhia de outros jovens intelectuais, editava a revista Sul, uma das mais importantes publicações culturais que se publicaram no Brasil fora do eixo Rio-São Paulo.

E por que Florianópolis, se a sua gente, na imensa maioria, tem lá ancestrais açorianos e pouca miscigenação com africanos? Se fosse em Salvador, Belo Horizonte ou mesmo no Rio de Janeiro, seria mais compreensível. Foram, pois, as tramas do destino, o momento, as circunstâncias, como diz Salim Miguel no prefácio.

É que aparecida em 1948 a revista Sul, na acanhada e conservadora Florianópolis de então, o escritor Marques Rebelo (1907-1973), no Rio de Janeiro, dela tomou conhecimento e entusiasmou-se com o esforço que aqueles jovens faziam para fugir do isolamento. A revista não era só uma publicação de artes, idéias e cultura. Em torno dela gravitavam um cineclube, exposições e muita efervescência cultural.

Foi, então, que, convidado a ir a Florianópolis, Marques Rebelo perguntou aos jovens escritores se eles não estavam interessados em contatar outros jovens em Portugal e África. De volta ao Rio de Janeiro, conta Salim Miguel, Marques Rebelo enviaria para Florianópolis o endereço do poeta português Manuel Pinto e do poeta, crítico e gravurista Augusto dos Santos Abranches, de Moçambique.

Começaria, então, um largo intercâmbio de cartas, livros, idéias e experiências. Logo, a revista Sul estava publicando colaborações de nomes pouco conhecidos do público brasileiro, como, por exemplo, o de Adolfo Rocha, o Miguel Torga, então desconhecido no Brasil e até mesmo em Portugal. No último número da revista, o 30, aparece um conto assinado por um tal de José Graça, que, mais tarde, acabaria por se tornar conhecido como Luandino Vieira.

É claro que a coleção da revista Sul é, hoje, uma preciosidade que talvez só seja encontrada em algum arquivo público de Santa Catarina ou, quem sabe, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. E que toda essa correspondência poderia estar perdida se Salim Miguel não a tivesse preservado durante todos estes anos, embora diga que muitas cartas acabaram por se extraviar nas várias mudanças de casa que fez, inclusive, de Florianópolis para o Rio de Janeiro.

Diz o escritor, porém, que, a partir de 1985, houve uma redescoberta do papel de intercâmbio que Sul exerceu entre as então jovens gerações de escritores brasileiros e aqueles que viviam nas chamadas colônias portuguesas de África. Foi naquele ano que o professor Manuel Ferreira, profundo estudioso da literatura africana de expressão portuguesa, e Alexandre Cabral, romancista e especialista em Camilo Castelo Branco, em Lisboa, quiseram saber de que maneira a revista se tornara veículo para a manifestação dos novos escritores africanos durante os anos 50.

Hoje, a estudante paulista Juliana Santin desenvolve uma tese de doutoramento na Universidade de Bordéus que examina as relações culturais entre Brasil e Angola e, naturalmente, dedica um capítulo à influência que a revista Sul exerceu nessa difícil tarefa de unir o que o Atlântico separa. Espera-se que logo seja publicada em livro. Além disso, em Sonha Mamana África, a professora e jornalista brasileira Cremilda Medina já havia registrado o que Luandino Vieira declarou a respeito do que significou para os jovens escritores angolanos o contato com a revista dos jovens escritores catarinenses.

Lembra Salim Miguel que, naqueles difíceis tempos, os escritores de lá e de cá não sabiam se o que enviavam chegaria ao destino. O Brasil vivia uma época de democracia, que seria violentamente quebrada por militares direitistas em 1964, mas Portugal continuava mergulhado no obscurantismo salazarista. Esbirros do ditador na África vasculhavam e violavam correspondências para apreender o que não atendia ao disposto nas leis da censura.

O livro preparado por Salim Miguel reúne cartas de Antônio Jacinto, Luandino Vieira, Américo de Carvalho, Mário Lopes Guerra, Viriato da Cruz e Garibaldino de Andrade, de Angola; Augusto dos Santos Abranches, Orlando Mendes, Manuel Filipe de Moura Coutinho, Domingos de Azevedo, Domingos Ribeiro Silveira e Dulce dos Santos, de Moçambique; e de Fernando Reis, da Ilha de São Tomé.

De todas, a correspondência mais marcante é a de Augusto dos Santos Abranches (1912-1963), que, em 1955, deixou Moçambique para se instalar em São Paulo, onde trabalhou na Livraria Francisco Alves como propagandista de livros e no jornal Portugal Democrático como secretário de redação, falecendo precocemente vítima de problemas cardíacos, depois de casar com uma brasileira com quem teve uma filha.

Deixou vasta obra esparsa e livros inéditos. De notar na correspondência que Abranches mandou de Nampula, em 1952, as referências elogiosas que faz à revista Vértice, então editada em Coimbra, e à “admirável página literária que é a de O Primeiro de Janeiro, do Porto”, que, segundo ele, escapavam do “marasmo puro” em que o modernismo tomava feição acadêmica no Portugal de então. Abranches era colaborador da Vértice e d´O Primeiro de Janeiro.

A morte de Abranches levou Marques Rebelo a escrever “Conversa Carioca”, artigo publicado no jornal Última Hora, do Rio de Janeiro, nas edições de 18 a 22 de junho de 1963, e reproduzido por Salim Miguel. O escritor reproduziu também artigo que publicou no diário O Estado, de Florianópolis, em 28/8/1983, dez anos depois da morte de Marques Rebelo em que contou como se deu a aproximação daquele intelectual já consagrado na faixa dos 40 anos com os jovens catarinenses que ainda não haviam chegado aos 30. Por fim, o livro traz poemas e um conto de Luandino Vieira que saíram, praticamente, em primeira mão na revista Sul.

Seria bom que o exemplo de Salim Miguel e de seus amigos dos dois lados do Atlântico suscitasse nas jovens gerações a vontade de restabelecer esse diálogo entre Brasil e África, ainda mais agora em que a Internet nos aproxima como nunca.

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(*) Adelto Gonçalves é doutor em Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo e autor de Gonzaga, um Poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999), Barcelona Brasileira (Lisboa, Nova Arrancada, 1999; São Paulo, Publisher Brasil, 2002) e Bocage – o Perfil Perdido (Lisboa, Caminho, 2003). E-mail: adelto@unisanta.br

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Ciclo de Palestras - (Re)encontro com as diferentes culturas de Florianópolis



Prezado(a) leitor(a);

Vimos por meio desta convidá-lo(a) para o Ciclo de Palestras promovido pela Coppir que acontecerá no Plenarinho da Câmara Municipal de Florianópolis nos dias 07, 08 e 09 de dezembro do corrente ano.

O Ciclo de Palestras intitulado "Relações Étnico-Raciais: (re)encontro(s) com as diferentes culturas de Florianópolis" tem como objetivo divulgar a cultura e a história das diversas etnias em Florianópolis, conforme as leis federais 10.639/2003 (que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira"), 11.645/2008 (que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”), e as municipais 8.046/2009 (que declara feriado municipal o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra) e 7.985/2009 (que institui a inclusão do conteúdo sobre o "Holocausto" nos currículos das escolas municipais).

Endereço Câmara Municipal: Rua Anita Garibaldi, nº 35, Centro.

Mais informações e inscrições: 3251-6221 ou coppir@gmail.com

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

1º Fórum Pensamento Negro e Articulações Políticas de Promoção da Igualdade Racial de Criciúma

Com o objetivo de desenvolver implementações de políticas públicas para a promoção da igualdade racial em Criciúma e demais localidades na AMREC é que a Coordenadoria de lá (Copirc) organizou este Fórum, no final de novembro.

A coordenadora municipal de Florianópolis, Dra. Marta Holanda Lobo, esteve presente no evento e palestrou sobre o fortalecimento institucional e parcerias para a implementação de políticas públicas.

Esse foi o primeiro, de muitos, eventos organizados pela Copirc.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Dia Nacional do Samba - 02/12





O Dia Nacional do Samba é comemorado em todo Brasil, a partir de uma proposição de um vereador de Salvador, Luis Monteiro da Costa, em homenagem a Ary Barroso, que visitou a Bahia pela primeira vez em 2 de dezembro, depois de ter composto a música "Na baixa do sapateiro", que enaltece o estado nordestino. A partir de então, a comemoração da data foi se espalhando por todo o país.

Em Florianópolis, o vereador Márcio de Souza é o responsável pelo evento, neste ano, junto com o GRESC Os Protegidos da Princesa, organizando a 6ª edição do Dia Nacional do Samba.

Os eventos serão de qualidade e de graça, indo ao povo onde o povo está. Logo de manhã, às 7h, quando a população estiver indo para o trabalho ou escola, o grupo Número Baixo estará presenteando com uma apresentação no Terminal Integrado do Centro – Ticen. Às 11h, quando alguns estiverem indo embora, no intervalo do almoço, ou ainda chegando para trabalhar, será a vez do grupo Um Bom Partido.

A partir das 18h, o evento principal, no Mercado Público.

Sambistas, intérpretes, compositores, todos nascidos, ou criados, ou nascidos e criados em Florianópolis, André Calibrina, Camélia, Guilherme Partideiro, Iara Germer, Jandira, Jeisson Dias, Julia, Léia Farias, Maria Helena, Marú, Neném Maravilha, Rachel Barreto, Sabaráh, Verônica Kimura, Vlademir Rosa, Paulinho Carioca, além, claro, das Velhas Guardas da Coloninha, Consulado, Copa Lord e Protegidos, símbolos de resistência e da ancestralidade do samba. Sem as Velhas Guardas, o samba perde muito do seu charme e quase tudo da sua história!

O repertório será baseado em músicas locais e de João Nogueira e Roberto Ribeiro, em homenagem a essas duas figuras de grande importância na história do Samba.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Festa da Independência de Angola

Angola está independente da colônia portuguesa desde 11 de novembro de 1975. Neste ano, completou 34 anos de indepência.
É uma país semi presidencialista e democrático (um presidente eleito, um primeiro ministro, um parlamento) que vive sem guerra civil há apenas 7 anos.
Principais riquezas: Petroléo e diamante
População estimada: 16 milhões de habitantes
Principais línguas locais: Kimbundu, Umbungu
Superfície: 1.246.700 km2
Capital: Launda

Festa
Data: 28 de Novembro de 2009 (sábado agora)
Local: Rancho da Jackie na SC 401, depois do Floripa Shopping.
Ponto de referência: Em frente ao Brinca Mundi
Horário: Apartir das 21h
Preço: R$ 25 - Bebida liberada e comida típica liberada (open bar)
Atrações: Apresentação de dança típica de Angola; Passagem de modelos típicos africanos; Música tradicional e contemporãnea africana - Angolana e todos outros estilos.
Contatos:
Telita: (48) 9977-1191
Tiago: (48) 9618-7972

domingo, 22 de novembro de 2009

João Melo vence Prêmio Nacional de Cultura Angolano


João Melo foi o vencedor da edição 2009, categoria de literatura, do Prêmio Nacional de Cultura e Artes 2009, atribuído pelo Ministério da Cultura (Mincult) Angolano.

O escritor angolano que acaba de publicar na Caminho o livro O Homem Que Não Tira o Palito da Boca recebeu este prêmio, cujo valor é de U$35 mil, pelo conjunto das suas obras em poesia e ficção.

João Melo estará em Portugal para a apresentação do seu novo livro, que decorrerá no dia 24 de Novembro, às 18h30, na
Livraria Pó dos Livros, em Lisboa.


João Melo nasceu em 1955 em Luanda, onde vive. É escritor, jornalista, publicitário, professor universitário e deputado à Assembleia Nacional de Angola. Fez os estudos primários e secundários em Luanda. Estudou Direito em Coimbra e Luanda, graduou-se em Jornalismo na Universidade Federal Fluminense e fez o Mestrado em Comunicação e Cultura na Universidade Federal do Rio de Janeiro, ambas no Brasil. É membro fundador da União de Escritores Angolanos, da qual já foi secretário geral, presidente da Comissão Directiva e presidente do Conselho Fiscal. Como escritor, é poeta, contista, cronista e ensaísta. Editado em Angola, Portugal, Brasil e Itália, publicou doze livros de poesia, cinco de contos e um de ensaios. Está representado em várias antologias, em Angola e no estrangeiro. Teve três menções honrosas, duas no Prémio Sonangol de Literatura e uma no Prémio Sagrada Esperança, ambos em Angola. Tem textos traduzidos para inglês, mandarim, alemão, italiano e húngaro.

João Melo escreveu o seu primeiro texto literário em 1970, aos 15 anos de idade, tendo começado por publicar poesia, em Luanda. Em 1999, lançou o primeiro dos cinco livros de estórias (contos) que escreveu até à data, todos eles publicados em Portugal pela Caminho. Para assinalar, em 2010, os 40 anos de vida literária do autor, a editora está a programar a finalização da publicação de um conjunto de cinco antologias temáticas da poesia do autor (a primeira, designada Auto-Retrato, saiu em 2007).

Como jornalista, João Melo tem 35 anos de experiência profissional, tendo trabalhado na Rádio Nacional de Angola e dirigido a Agência Angola-Press (ANGOP) e o Jornal de Angola, assim como o Correio da Semana, primeiro jornal angolano privado pós-independência, surgido em 1992. Em 2006, criou a revista África 21, da qual é o director. Colaborador de diversas publicações, mantém actualmente uma coluna regular no Jornal de Angola, Novo Jornal e Semanário Angolense, todos em Angola, assim como nos jornais Savana, de Moçambique, A Semana, de Cabo Verde, e Correio da Semana, de São Tomé e Príncipe. Em 2008 recebeu o Prémio Maboque de Jornalismo, a maior distinção jornalística de Angola.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Titulação dos Quilombolas já!

MANIFESTO EM DEFESA DA TITULAÇÃO DOS TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS JÁ !!!
Pela Assinatura da Portaria da Comunidade de Remanescente de Quilombos Invernada dos Negros – Campos Novos - SC

As Comunidades Remanescentes dos Quilombos de Santa Catarina, juntamente com o Movimento Negro Unificado- MNU-SC, vem perante a população e o povo brasileiro denunciar a grave situação de ataque aos direitos das comunidades quilombolas.
A luta quilombola é secular. Nós e o conjunto das entidades e organizações do movimento negro somos herdeiros e fazemos parte dessa frente.
Hoje, informalmente, são mais de cinco mil comunidades remanescentes de quilombos, nos mais variados graus de organização e mobilização pela defesa de seus direitos e em todos estados da federação.
Direito estes que vem sendo duramente atacados nas várias esferas do estado, como a ADIN - Ação Direta de Inconstitucionalidade, ajuizada pelo DEM (Democratas ex-PFL); o projeto de decreto legislativo de autoria do deputado do PMDB de Santa Catarina (deputado Valdir Colatto, projeto de lei 3654), bem como todas as argumentações da bancada ruralistas para a retirada da conceituação de quilombos do Estatuto da Igualdade Racial, as pressões para alterações na instrução normativa (in), anteriormente in 20, hoje, in 52.

A Comunidade de Remanescentes de Quilombos Invernada dos Negros, vem bravamente resistindo a todos estes ataques, foi um longo período de opressão, esbulho onde a comunidade sofreu perseguições de jagunços contratados pela empresa, foi cerceada sua liberdade em seu território, suas lideranças perseguidas e ameaçadas, desemprego como retalhação, acreditou no compromisso deste governo na construção de políticas para a parcela da população expropriada historicamente.

Diante da luta e da história a Comunidade de Remanescentes de Quilombos Invernada dos Negros não vai recuar dos seus direitos. Foram seguidos todos os procedimentos exigidos pelo decreto 4.887/03 para a titulação e de acordo com os pareceres técnicos, está pronto para a assinatura da portaria pelo presidente da república.
No entanto, a comunidade foi surpreendida com a probabilidade de ser retirada da lista de comunidades que teriam a assinatura da portaria, prevista para 20 de novembro de 2009.
A retirada da portaria da Invernada dos Negros se consolidará como um retrocesso para luta por titulação dos territórios quilombolas e para as demais lutas do povo negro.
O momento é de unidade, e viemos a público conclamar a todos para a luta pela assinatura da portaria da Comunidade Invernada dos Negros no dia 20 de novembro.
Pela titulação imediata, desenvolvimento e sustentabilidade dos territórios quilombolas.

Titulação já!!!
Reaja a violência racial!!!!
Reparação já!!!

Movimento Negro Unificado – SC;
Comunidade de Remanescentes de Quilombos Invernada dos Negros – Campos Novos – SC;
Comunidade de Remanescentes do Quilombo Campo dos Polli;
Comunidade dos Remanescentes do Quilombo Aldeia;
Comunidade dos Remanescentes do Quilombo Morro do Fortunato;
Comunidade dos Remanescentes do Quilombo São Roque;
Núcleo de Estudos Negros – NEN.


Assine o manifesto e envie para:

Presidente: Luiz Inácio Lula da Silva
pr@planalto.gov.br
gabinete@planalto.gov.br

Casa Civil
Ministra-Chefe: Dilma Rousseff
casacivil@planalto.gov.br
gabinetecasacivil@planalto.gov.br

MDA
Ministro: Guilherme Cassel
guilherme.cassel@mda.gov.br
caio.franca@mda.gov.br

INCRA
Presidente: Rolf Hackbart
presidencia@incra.gov.br

Senadora Ideli Salvatti
ideli.salvatti@senadora.gov.br

Deputado Vignatti
dep.vignatti@camara.gov.br

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

20 de novembro - feriado municipal

O projeto de lei 12.166/06, do vereador Márcio de Souza - PT, que institui feriado municipal o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, foi aprovado na Câmara Municipal, na noite do dia 9, segunda-feira. Agora o PL será encaminhado ao prefeito para sanção.
A Coppir esteve presente na Câmara, junto com outras entidades.



Cufa, Velha Guarda da Protegidos, Conselho Municipal de Igualdade Racial, Bloco Afoxé, gabinete do vereador Márcio de Souza - PT e a coordenadora

Fotos: Artur de Bem

Cufa - Central Única das Favelas

A Central Única das Favelas/CUFA é uma organização nacional formada a partir das reuniões entre os jovens de várias favelas – geralmente negros e pertencentes ao movimento hip hop, que buscavam espaço na cidade para expressar suas atitudes e questionamentos. Como resultado dos primeiros encontros, eles descobriram que juntos poderiam se organizar em torno de um ideal: transformar as favelas por meio dos próprios talentos e potenciais diante de uma sociedade em que a discriminação por causa de cor, classe social e origem ainda não foram superadas. Por essa razão, em 1998, fundaram a CUFA. Inicialmente, a organização teve como manifestação cultural o hip hop, porém tem buscado ainda ampliar e atingir outras formas de expressões, conscientizando e elevando a auto-estima das camadas não privilegiadas por meio de uma linguagem própria.

Desde a fundação, buscou-se um pólo de produção cultural e inclusão social, desenvolvendo projetos de educação, esportes, profissionalização, cultura, inclusão social nas periferias; sobretudo a partir da criação de CUFAs estaduais, na maior parte do Brasil.
Para a realização dos projetos e da manutenção desta rede, conta-se com parcerias de instituições como SENASP, Rede Globo, Ministério da Cultura, Ministério dos Esportes, Ministério da Justiça, SEPPIR, Ford Foundation, Ministério do Trabalho, UNESCO, Consulado Americano, Petrobrás, MTV, entre outras.

A metodologia da organização é baseada no conceito de Fair Trade (trabalho em rede). Hoje localizada nos 26 estados e Distrito Federal, totalizando cerca de 50 bases de trabalho nas periferias do Brasil.

A missão da organização é contribuir para o desenvolvimento social, econômico e cultural das periferias, através de projetos que valorizem talentos e aptidões individuais e/ou coletivas destinadas prioritariamente a crianças, jovens e mulheres de comunidades periféricas. Este público apresenta alto grau de vulnerabilidade psicossocial, principalmente por seu envolvimento ou proximidade com a violência gerada pelo tráfico de drogas.

Fonte: Cufa

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Semana da Consciência Negra





Na semana de 16 à 20 de novembro, Florianópolis será sede de um evento de extrema importância nacional. O II Diálogos Brasil África - Semana da Consciência Negra, promovido pela Prefeitura Municipal de Florianópolis, através da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial.
O dia 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra, em homenagem ao herói brasileiro Zumbi dos Palmares.

Durante a Semana haverá palestras com temas sobre religião, cotas, Estatuto da Igualdade Racial, entre outros temas, mostras de dança, artes plásticas, artesanato, gastronomia, exposição de trabalhos desenvolvidos por instituições, entidades, ongs e projetos sociais; debates e informações sobre a cultura negra para o público em geral.

O evento busca mobilizar a sociedade para a reflexão e conscientização da contribuição da população negra na construção da nossa sociedade e da luta para alcançarmos relações de igualdade de oportunidades, valorizando a pluralidade e a diversidade cultural de Florianópolis.


Zumbi foi o líder do Quilombo dos Palmares, maior Quilombo já registrado. Os Quilombos eram locais de abrigo aos escravos fugidos das senzalas. O Quilombo dos Palmares foi o mais importante por ser um dos maiores, mais organizados e liderados pelo líder Zumbi, reconhecido como herói nacional recentemente pelo governo brasileiro.

Zumbi fundou o Quilombo dos Palmares, pois não aceitava as condições impostas e acreditava que seu povo deveria ser livre. Forte, guerreiro, inteligente, profundo conhecedor de suas terras, seus direitos e de táticas de guerra, Zumbi se armou de tal forma que era impossível capturá-lo. Somente quando foi delatado por um dos seus, é que foi capturado e sua cabeça exposta em praça pública para intimidar os outros escravos que já pensavam que Zumbi era imortal, mostrando que ele era uma pessoa comum e que não era tão forte quanto parecia. Era 20 de novembro de 1695.

A Coppir, em comprometimento com a ancestralidade negra, jamais esquecerá Zumbi, e fará da Semana da Consciência Negra um momento para que o povo que descendeu de Zumbi não se esqueça da sua força. Pois como clama uma das atrações do evento, a Frente 03 de Fevereiro, “Zumbi somos nós”.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Besouro

Palmares celebra o Dia Nacional da Cultura com exibição especial do filme Besouro: da capoeira nasce um herói

Para celebrar o Dia Nacional da Cultura, a Fundação Cultural Palmares apresenta uma sessão especial do filme Besouro: da capoeira nasce um herói, do diretor João Daniel Tikhomiroff, hoje (5), às 19h no Museu da República. A abertura do filme contará com a presença do Ministro da Cultura, Juca Ferreira, do presidente da Palmares, Zulu Araújo, do diretor do filme e dos artistas do elenco Flávio Rocha, José Carlos Santos (Zebrinha), Leno Sacramento e Sérgio Laurentino, que conversarão com o público após a apresentação do filme.

Mais informações da Fundação Cultural Palmares aqui.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Fanta Kanotê e Troupe Djembedon

FANTA KONATÊ e TROUPE DJEMBEDON apresentam " JURAMANDÉN - A Diáspora da Luz"


UNINDO o Brasil e a GUINÉ, o espetáculo "JURAMANDÉN - A Diáspora da Luz" traz uma bela mensagem do Império Mandinga Sec XIII, A "CARTA DO MANDÉN" datada de 1222 d.C., numa linguagem musical atual que tem como base a rítmica e a timbragem da Guine complementada pela Harmonia Brasileira, unindo tambores e instrumentos ancestrais Imperiais com violão, guitarra, viola, sax e multimídia.

FANTA KONATÊ é considerada uma das mais renomadas bailarinas africanas do mundo, filha do grande mestre percussionista FAMOUDOU KONATÊ, e acaba de voltar de uma belíssima turnê de 2 meses no Japão. Sua voz é única e tem a força e a doçura da África Oeste, Terra dos ETERNOS GRIÔS.

Os artistas convidados são de altíssimo nível : Carlinhos Antunes (cordas), Simone Sou (percussão), Josué dos Santos (sopros), Téo Ponciano (Multimídia e VJ), Street Breakers Crew e outros.

Através deste trabalho pioneiro, acessamos as raízes mais puras do Oeste Africano, preservadas desde o Império de Mali (sec. XIII), em ressonância harmoniosa com o Brasil (Herdeiro), abrangendo todas as frequências, tons e cores neste novo show.

IMPERDíVEL !!!


SERVIÇO : Shows e Oficinas de Fanta Konatê e a Troupe Djembedon - Programação de Novembro 2009

SHOWS

07 nov SESC Pinheiros – Praça de Convivência 16h – Grátis
08 nov SESC Pinheiros – Praça de Convivência 16h – Grátis
10 nov Floripa Festival de Música Contemporânea - 20h
14 nov Itápolis – Circuito Cultural Paulista – 20h - Grátis
17 nov Floripa COPPIR
20 nov SESC Pinheiros – Praça de Convivência 16h – Grátis
21 nov Votuporanga – Circuito Cultural Paulista – 20h - Grátis
27 nov Ourinhos – Circuito Cultural Paulista – 20h - Grátis
28 nov Garça – Circuito Cultural Paulista – 20h - Grátis
29 nov São Manuel – Circuito Cultural Paulista – 20h – Grátis

Convidados
Todos os shows – Carlinhos Antunes
Todos os shows, exceto 7, 8 e 14 - Josué dos Santos
14 a 29 nov- Simone Sou

Oficinas
03 nov SESC Pinheiros -Dança - jovens e Adultos
04 nov SESC Pinheiros – Perc -Curumim - Infantil
05 nov SESC Pinheiros – Dança - jovens e Adultos
06 nov SESC Pinheiros – Perc - Curumim - Infantil
11 nov TAC – Florianópolis – Percussão - 14h
12 nov TAC – Florianópolis – Percussão - 14h
12 nov TAC – Florianópolis – Mesa Redonda - 18h
20 nov SESC Pinheiros – 11h Livre

Shows da Troupe Djembedon com o Côro Luther King
18 nov SESC Santana – Missa Luba com Fabiana Cozza - 20h
19 nov SESC Santana – Missa Luba com Fabiana Cozza - 20h

Site: www.fantakonate.com e www.africaviva.org.br
Ouvir faixas do CD: www.myspace.com/fantakonate
Telefone: 11 3368-6049
Skype : djembedon1
Email: institutoafricaviva@gmail.com
MSN: institutoafricaviva@hotmail.com


No Youtube

Fanta Konatê
http://br.youtube.com/watch?v=BWWpgMiaSUA (Krin 2009)
http://www.youtube.com/watch?v=8R7ZvXNuATo (Virada Paulista 2009)
http://www.youtube.com/watch?v=qYIHoldhJD8 (Workshop Forró da Lua Cheia)
http://www.youtube.com/watch?v=l2T1oKqyGZ0 (2008 Tour)
http://www.youtube.com/watch?v=9xZphipb6M4 (Festival de Brasília)
http://www.youtube.com/watch?v=N81t6F07568 (Fanta Canta para os Quilombolas Kalungas)
http://www.youtube.com/watch?v=DkzQNmgTccA (Filme SOU Meninos do Morumbi)
http://www.youtube.com/watch?v=2aONizz__Ys (Filme SOU Meninos do Morumbi 2)
http://br.youtube.com/watch?v=_KNBV78OI64 (com Rita Ribeiro no show de Simone Sou 2)

Coro Luther King e Troupe Djembedon (2009)
http://www.youtube.com/watch?v=Le5QwL8gDWg (Afrocanto 2 Dunumbá)
http://www.youtube.com/watch?v=aD1AL5OON5c (Afrocanto 3 Berimbau - Fabiana Cozza)
http://www.youtube.com/watch?v=d_sovbwMcQY (Afrocanto 5 Sanctus)
http://www.youtube.com/watch?v=0da7_ditbhg (Afrocanto 6 Sidi Mansur e Kyrie - Mouna Amani)
http://www.youtube.com/watch?v=FJdT4aVQdbY (Afrocanto 8 Gloria - Mouna Amani)

Vídeos da Biomusica (Trabalho Humanitário com Tambores)
http://www.youtube.com/watch?v=YNDSAHhHsnI (África)
http://www.youtube.com/watch?v=FJFHdT8aAxE (Brasil)

domingo, 1 de novembro de 2009

O inimigo nº 1 da ditadura - Carlos Marighella



Carlos Marighella nasceu em Salvador, Bahia, em 5 de dezembro de 1911. Era filho de imigrante italiano com uma negra descendente dos haussás, conhecidos pela combatividade nas sublevações contra a escravidão.
De origem humilde, ainda adolescente despertou para as lutas sociais. Aos 18 anos iniciou curso de Engenharia na Escola Politécnica da Bahia e tornou-se militante do Partido Comunista, dedicando sua vida à causa dos trabalhadores, da independência nacional e do socialismo.

Conheceu a prisão pela primeira vez em 1932, após escrever um poema contendo críticas ao interventor Juracy Magalhães. Libertado, prosseguiria na militância política, interrompendo os estudos universitários no 3o ano, em 1932, quando deslocou-se para o Rio de Janeiro.

Em 1o de maio de 1936 Marighella foi novamente preso e enfrentou, durante 23 dias, as terríveis torturas da polícia de Filinto Müller. Permaneceu encarcerado por um ano e, quando solto pela “macedada” – nome da medida que libertou os presos políticos sem condenação -- deixou o exemplo de uma tenacidade impressionante.

Transferindo-se para São Paulo, Marighella passou a agir em torno de dois eixos: a reorganização dos revolucionários comunistas, duramente atingidos pela repressão, e o combate ao terror imposto pela ditadura de Getúlio Vargas.

Voltaria aos cárceres em 1939, sendo mais uma vez torturado de forma brutal na Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo, mas se negando a fornecer qualquer informação à polícia. Na CPI que investigaria os crimes do Estado Novo o médico Dr. Nilo Rodrigues deporia que, com referência a Marighella, nunca vira tamanha resistência a maus tratos nem tanta bravura.

Recolhido aos presídios de Fernando de Noronha e Ilha Grande pelo seis anos seguintes, ele dirigiria sua energia revolucionária ao trabalho de educação cultural e política dos companheiros de cadeia.

Anistiado em abril de 1945, participou do processo de redemocratização do país e da reorganização do Partido Comunista na legalidade. Deposto o ditador Vargas e convocadas eleições gerais, foi eleito deputado federal constituinte pelo estado da Bahia. Seria apontado como um dos mais aguerridos parlamentares de todas as bancadas, proferindo, em menos de dois anos, cerca de duzentos discursos em que tomou, invariavelmente, a defesa das aspirações operárias, denunciando as péssimas condições de vida do povo brasileiro e a crescente penetração imperialista no país.

Com o mandato cassado pela repressão que o governo Dutra desencadeou contra o comunistas, Marighella foi obrigado a retornar à clandestinidade em 1948, condição em que permaneceria por mais de duas décadas, até seu assassinato.

Nos anos 50, exercendo novamente a militância em São Paulo, tomaria parte ativa nas lutas populares do período, em defesa do monopólio estatal do petróleo e contra o envio de soldados brasileiros à Coréia e a desnacionalização da economia. Cada vez mais, Carlos Marighella voltaria suas reflexões em direção do problema agrário, redigindo, em 1958, o ensaio “Alguns aspectos da renda da terra no Brasil”, o primeiro de uma série de análises teórico-políticas que elaborou até 1969. Nesta fase visitaria a China Popular e a União Soviética, e anos depois, conheceria Cuba. Em suas viagens pôde examinar de perto as experiências revolucionárias vitoriosas daqueles países.

Após o golpe militar de 1964, Marighella foi localizado por agentes do DOPS carioca em 9 de maio num cinema do bairro da Tijuca. Enfrentou os policiais que o cercavam com socos e gritos de “Abaixo a ditadura militar fascista” e “Viva a democracia”, recebendo um tiro a queima-roupa no peito. Descrevendo o episódio no livro “Por que resisti à prisão”, ele afirmaria: “Minha força vinha mesmo era da convicção política, da certeza (...) de que a liberdade não se defende senão resistindo”.

Repetindo a postura de altivez das prisões anteriores, Marighella fez de sua defesa um ataque aos crimes e ao obscurantismo que imperava desde 1o de abril. Conseguiu, com isso, catalisar um movimento de solidariedade que forçou os militares a aceitar um habeas-corpus e sua libertação imediata. Desse momento em diante, intensificou o combate à ditadura utilizando todos os meios de luta na tentativa de impedir a consolidação de um regime ilegal e ilegítimo. Mas, mantendo o país sob terror policial, o governo sufocou os sindicatos e suspendeu as garantias constitucionais dos cidadãos, enquanto estrangulava o parlamento. Na ocasião, Carlos Marighella aprofundou as divergências com o Partido Comunista, criticando seu imobilismo.

Em dezembro de 1966, em carta à Comissão Executiva do PCB, requereu seu desligamento da mesma, explicitando a disposição de lutar revolucionariamente junto às massas, em vez de ficar à espera das regras do jogo político e burocrático convencional que, segundo entendia, imperava na liderança. E quando já não havia outra solução, conforme suas próprias palavras, fundou a ALN – Ação Libertadora Nacional para, de armas em punho, enfrentar a ditadura.

O endurecimento do regime militar, a partir do final de 1968, culminou numa repressão sem precedentes. Marighella passou a ser apontado como Inimigo Público Número Um, transformando-se em alvo de uma caçada que envolveu, a nível nacional, toda a estrutura da polícia política.

Na noite de 4 de novembro de 1969 – há exatos 30 anos -- surpreendido por uma emboscada na alameda Casa Branca, na capital paulista, Carlos Marighella tombou varado pelas balas dos agentes do DOPS sob a chefia do delegado Sérgio Paranhos Fleury.


Resumo biográfico

1911 - No dia 5 de dezembro, Carlos Marighella nasce na Rua do Desterro número 9, na cidade de São Salvador, Estado da Bahia. Seus pais são o casal Maria Rita do Nascimento, negra e filha de escravos, e o imigrante italiano, o operário Augusto Marighella. Carlos teve sete irmãos e irmãs.

1929 - Marighella começa a cursar engenharia civil na antiga Escola Politécnica da Bahia, depois de haver estudado no Ginásio da Bahia, hoje Colégio Central. Numa e noutra escola, destaca-se como aluno, pela alegria e criatividade. São famosas suas diversas provas em versos.

1932 - Ingressa na Juventude Comunista. O Partido Comunista havia sido criado em 1922. Com a revolução de 30 uma grande efervescência política varria o Brasil. Marighella participa de manifestações contra o regime autoritário e o interventor Juracy Magalhães. Inconformado com versos de Marighella que o ridicularizavam, Juracy manda prendê-lo e espancá-lo.

1936 - Abandona o curso de engenharia e vai para São Paulo a mando da direção, reorganizar o Partido Comunista, que havia sido gravemente reprimido após o levange de 1935. É, porém, novamente preso e torturado durante 23 dias pela Polícia Especial de Felinto Muller.

1937 - Marighella é libertado pela anistia assinada pelo ministro Macedo Soares e, quatro meses depois, Getúlio dá o golpe e instaura o Estado Novo. Na clandestinidade, Marighella é encarregado da difícil tarefa de combater as tendências internas dissidentes da linha oficial do PCB em São Paulo.

1939 - Preso pela terceira vez, é confinado em Fernando de Noronha. Na cadeia, os revolucionários presos organizam uma universidade popular e Marighella dá aulas de matemática e filosofia.

1942 - Os presos políticos vão para a Ilha Grande, no litoral do Rio de Janeiro, porque Fernando de Noronha passa a ser usada como base de apoio das operações militares dos aliados no Atlântico Sul.

1943 - Na Conferência da Mantiqueira, Marighella, mesmo preso, é eleito para o Comitê Central. O Partido Comunista adota linha de apoio ao governo Vargas em razão da entrada do Brasil na guerra, posição de que ele discorda, embora a cumpra, por dever de militância.

1945 - Anistia, em abril, devolve à liberdade os presos políticos. Com a vitória das forças antifascistas, o PCB vai à legalidade e participa da eleição para a Constituinte. Marighella é eleito como um dos deputados constituintes mais votados da bancada..

1946 - Apesar do apoio de Prestes, o general Dutra, eleito Presidente da República, desencadeia repressão aos comunistas. Marighella participa ativamente da Constituinte com um dos redatores do organismo parlamentar. Conhece Clara Charf.

1947 -Ainda no primeiro semestre é fechada a União da Juventude Comunista. Depois, é o próprio Partido que é posto na ilegalidade. Marighela coordena a edição da revista teórica do PCB, Problemas e vive um relacionamento com dona Elza Sento Sé, que resulta no nascimento, em maio de 1948, de seu filho Carlos.

1948 - No início do ano são cassados os mandatos dos parlamentares comunistas. Marighella volta à clandestinidade. Data desse ano seu romance com Clara Charf, sua companheira até o fim da vida.

1949/1954 - Em São Paulo, Marighella cuida da ação sindical do PCB. Sob sua direção o PC se vincula aos operários, participa da campanha "O Petróleo é nosso" e organiza a greve geral conhecida como "dos cem mil" em 1953. Considerado esquerdista pela direção do Partido, é mandado em viagem à China. Lá é internado em razão de uma pneumonia. Depois, vai à União Soviética e volta ao Brasil em 1954.

1955 - A morte de Getúlio Vargas e o início do governo de Juscelino Kubistchek permitem que os comunistas, embora na ilegalidade, atuem de modo mais visível.

1956/1959 - O XX Congresso do PC da União Soviética inicia a desestalinização. O PCB adota a linha da "coexistência pacífica" pregada pela União Soviética. A vitória da Revolução Cubana, porém, contraria frontalmente as posições do movimento comunista internacional.

1960/1964 - A renúncia de Jânio gera uma crise política. Jango toma posse e Marighella passa a divergir da linha oficial do PC, principalmente de sua política de moderação e subordinação à burguesia. Em 1962, divisão do PC dá origem ao Partido Comunista do Brasil - PC do B.

1964 - Com o golpe de abril, instaura-se a ditadura militar. Perseguido pela polícia, Marighella entra num cinema do bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, e lá resiste aos policiais até ser diversas vezes baleado, espancado e finalmente preso. Sua resistência transformou sua prisão em um ato político que teve repercussão nacional. É solto depois de 80 dias, depois de um habeas corpus pedido pelo advogado Sobral Pinto.

1965 - Escreve e publica o livro "Por que resisti à prisão", em que aponta sua opção por organizar a resistência dos trabalhadores brasileiros contra a ditadura e pela libertação nacional e o socialismo.

1966 - Publica "A Crise Brasileira", onde aprofunda suas posições críticas à linha do PCB, prega a adoção da luta armada contra a ditadura, fundada na aliança dos operários com os camponeses.

1967 - Na Conferência Estadual de São Paulo as idéias de Marighella saem vitoriosas por ampla maioria - 33 a 3 -, apesar da participação pessoal e contrária de Luiz Carlos Prestes. Vendo que a derrota no VI Congresso era iminente, Prestes inicia um processo de intervenções nos Estados, para impedir a participação de delegados ligados à corrente de esquerda. Marighella viaja a Cuba para participar da conferência da Organização Latino-Americana de Solidariedade-OLAS. O PCB envia telegrama desautorizando sua participação e ameaçando-o de expulsão. Disso resulta uma carta dele rompendo com o Comitê Central do PCB e afirmando que ninguém precisa pedir licença para praticar atos revolucionários. Como represália, é expulso do Partido Comunista. Retorna ao Brasil e funda a Ação Libertadora Nacional-ALN e dá início à luta armada contra a ditadura militar.

1968 - Marighella participa diretamente de diversas ações armadas recuperando fundos para a construção da ALN. No primeiro de maio, em São Paulo, os operários tomam o palanque de assalto, expulsam o governador Sodrée realizam comemorações combativas do dia internacional dos trabalhadores. O Movimento estudantil toma conta das ruas em manifestações contra a ditadura que chegaram a mobilizar cem mil pessoas. Em outubro, porém, o Congresso da UNE é descoberto pela polícia e os estudantes sofrem grave derrota. Também no final do ano, torna-se conhecido o fato de que Marighella comandava parte das ações guerrilheiras.

1969 - No início do ano, a descoberta de planos da Vanguarda Popular Revolucionária - VPR pela polícia antecipa a saída do capitão Carlos Lamarca de um quartel do exército em Osasco, levando um caminhão carregado com armamento para a guerrilha. Em setembro o embaixador norte-americano é feito prisioneiro por um destacamento unificado com integrantes da ALN e do MR-8 e trocado por quinze presos políticos. No dia 4 de novembro, às oito horas da noite, Carlos Marighella caiu numa emboscada armada pelos inimigos do povo brasileiro em frente ao número 800 da alameda Casa Branca, em São Paulo, e foi assassinado. Sua organização, a ALN sobreviveu até 1974.


Fonte: http://www.carlos.marighella.nom.br/

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Racismo contra ciganos na Hungria fomenta crescimento de partido neofascista

Retirado do blog do jornalista Renato Pompeu:

O jornal americano Los Angeles Times publica reportagem de Megan K. Stack que descreve um comício em Komarom, na Hungria, à beira do rio Danúbio, na fronteira com a Eslováquia, do Partido Jobbik, que com sua campanha contra os Roma (nome que os ciganos dão a si mesmos, sendo assim o seu nome politicamente correto) cresceu do nada até atingir 15 por cento dos votos húngaros para o Parlamento Europeu.

Milicianos desse partido neofascista usavam óculos escuros inteiriços, coletes de couro e botas de combate, tendo ao pescoço faixas listradas de branco e vermelho, semelhantes às usadas pelos pró-nazistas da Hungria nos anos 1930 e 1940. Entoavam cânticos como "Tomem as armas nas mãos. Esta é a última luta e vamos vencer. Persistência. Posso ter botas grandes. Você pode me atirar pedras. Mas ainda é o meu país, aqui fica meu berço".

Do milhão de ciganos húngaros dos anos 1930, 250 mil foram exterminados por nazistas húngaros e alemães, num Holocausto pouco divulgado. Os ciganos foram relativamente protegidos pelas autoridades húngaras durante o regime comunista.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Um herói do nosso tempo



CONVITE
SESSÃO DE CINEMA

Local: Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH)/UFSC (ver mapa no final - entrada pela Carvoeira)
Data: 14 de outubro de 2009
Horário: 18h30
Ingresso: doação de um livro para a Campanha do Livro da Wizo/AIC, para ser entregue à Biblioteca da Comunidade Indígena Guaraní do Morro dos Cavalos

A AIC, em parceria com o Programa de Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina, está promovendo uma sessão de cinema, com o premiado filme Um Herói do Nosso Tempo, do diretor Radu Mihaileanu, (2004), realização França/Israel.

Este filme recebeu os seguintes prêmios:

Festival de Berlim
Melhor filme:
Grande Prêmio do Júri
Grande Prêmio do Público
Prêmio do Júri Ecumênico

Festival de Copenhagen
Melhor filme
Melhor Roteiro


Sinopse:

Sholomo não escolheu onde ia nascer, o destino se encarregou de colocá-lo num dos piores lugares do mundo em termos de condições de sobrevivência. Nasceu, negro, pobre, cristão e etíope. Perdeu os irmãos, o pai, e por fim tinha acreditado que a própria mãe o tinha abandonado para viver nas mãos de brancos que testavam sua religiosidade, no caso o judaísmo, durante todo o tempo.

Sua mãe sabia o que estava fazendo ao entregar Sholomo a uma ‘segunda mãe’ para que ele tivesse alguma chance e sair daquele flagelo que assolava milhões na Etiópia. Essa ‘madrasta’, que o levou embora, era da tribo dos Falashas, judeus etíopes que são da linhagem da Rainha de Sabá e, conseqüentemente, tinham lugar garantido em Israel. E foi justamente nas mãos dos judeus, que têm toda um histórico de perseguição, que ele aprendeu o que é o preconceito.

Nesta segunda etapa de sua vida acontece o que ele menos esperava, sua segunda mãe morre, Sholomo fica a deriva e desprotegido numa terra desconhecida, onde agentes do governo israelense caçam falsos Falashas que se infiltram entre os verdadeiros para fugirem da fome que castigava a Etiópia. Ele conhece uma terceira mãe ao ser adotado, conhece também o que é ser diferente, o que é ser negro numa terra de maioria branca. Numa das cenas mais bonitas do filme, sua mãe israelense beija e lambe seu rosto para mostrar a outras pessoas que seu filho não era doente, e sim diferente.

O diretor Radu Mihaileanu demosntra uma grande sensibilidade ao enfocar a busca pela identidade. Talvez Radu tenha se inspirado na própria vida. O diretor saiu quando pequeno da Romênia para morar com seu tio na França. Além dessa busca do Eu, o filme capta os contextos daquela região do globo onde, apenas o fato de admirar um Deus com outro nome, é capaz de causar atritos que muitas vezes acabam em conflito bélico.

E é nesse contexto que Sholomo, já adulto, entra para o exército israelense como médico. Numa das cenas finais Sholomo é questionado por seu superior ao atender uma criança palestina que estava ferida, e que sua função ali era cuidar apenas dos soldados israelenses. “Entende?”, pergunta o seu superior ao final da conversa, mas Sholomo não entende o mundo pelo ângulo da diferença. Ninguém consegue entender até hoje. E a frase de Jesus no começo do texto sobre perdoar o próximo, mesmo quando esses afetam os interesses individuais e coletivos, fica sem sentido num mundo rancoroso e cheio de preconceitos.


Ao final da sessão teremos debate, e serão servidos bebidas e snacks.

NÃO PERCAM!!!


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Frente 3 de Fevereiro


Uma das apresentações do grupo. Não há informações da autoria da foto.

A Frente 3 de Fevereiro é um grupo transdisciplinar de pesquisa e ação direta acerca do racismo na sociedade brasileira. Sua abordagem cria novas leituras e coloca em contexto dados que chegam à população de maneira fragmentada através dos meios de comunicação. As ações diretas criam novas formas de manifestação acerca de questões raciais.

Para pensar e agir em uma realidade em constante transformação, permeada por tranformações culturais de diversas escalas e sentidos, se fazem necessárias novas estratégias. A Frente 3 de Fevereiro associa o legado artístico de gerações que pensaram maneiras de interagir com o espaço urbano à histórica luta e resistência da cultura afro-brasileira.

domingo, 20 de setembro de 2009

Judeus fazem celebração do ano 5.770

Quando aparecer a primeira estrela de hoje, cerca de 110 mil judeus de todo país comemorarão a chegada do ano 5.770. Como o calendário judaico é lunar, o anoitecer marca o início de Rosh Hashaná, “cabeça do ano” em hebraico. O Ano Novo no judaísmo celebra a criação do homem e é seguido pela data mais importante da religião: o Iom Kipur, ou Dia do Perdão.

As famílias se reúnem no jantar e ingerem alimentos simbólicos: a maçã com mel carrega o desejo de um ano doce, a chalá (pronuncia-se ralá) – um pão em formato espiralado – representa a continuidade e o anseio de um ano sem conflitos. A romã é um pedido que os méritos sejam numerosos como suas sementes. Também come-se peixe, que sempre nada para frente. Outra tradição é evitar temperos amargos, para que a amargura não se reflita no ano.

Nas sinagogas, as orações incluem o toque do Shofar, instrumento feito de chifre de carneiro. Rosh Hashaná marca o início dos “Dez dias de Arrependimento”, que se encerram com Iom Kipur, data mais sagrada do calendário judaico.

– Esperamos que 5.770 traga mais paz, mais democracia e mais justiça social ao nosso planeta – afirmou Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil.


Fonte: Diário Catarinense

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Causa Palestina

O Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino convida você e seus amigos para o debate sobre a Causa Palestina!

Dia: 16 de setembro de 2009 - quarta-feira
Debate: Palestina hoje - relato da viagem de Khader Othman a Palestina com exposição de fotos!!
Hora: 19 horas
Local: Auditório do Sindicato dos Bancários - Rua Visconde de Ouro Preto, 308, Centro - Flrorianópolis.

Informações: comitepalestinasc@yahoo.com.br

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Criação da Coordenadoria da Igualdade Racial em Criciúma

Criciúma está criando sua Coordenadoria da Igualdade Racial com o nome de Coordenadoria da Promoção Igualdade Racial do Município de Criciúma - Copirc.
A sanção do projeto de lei complementar que criou a Copirc será neste sábado, 12, às 11h, no Salão Ouro Negro da Prefeitura.


A coordenadora municipal da Igualdade Racial de Florianópolis, Dra. Marta Holanda Lobo, estará presente para acompanhar a criação desta que é a 3ª Coordenadoria de SC. A primeira foi em Itajaí (Coepir) e a segunda em Florianópolis. O ministro Edson Santos, da Secretaria da Igualdade Racial - Seppir, também estará presente.


Mais informações aqui.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Troféu Estrela D'Oya

Você é nosso convidado para a

ENTREGA DO TROFÉU ESTRELA D'OYA
Dia 12 de setembro, a partir das 16h
AMÉRICA FUTEBOL CLUBE
Rua Campos Sales, 118 – Tijuca/RJ

O Troféu Estrela D'Oya está na sua quarta edição. Dessa vez unirá representantes dos povos afro e cigano num grande momento de confraternização artística e cultural. A estrela Zezé Mota é uma das homenageadas, ao lado de religiosos, artistas e trabalhadores sociais pelo simples fato de se identificarem na importância que tem para com a sociedade.

O show afro cigano fica por conta de Mio Vacine, Suelem Mendonça, José Roberto, Mestre Cotoquinho, Carlos Mutala, Wandercy Ricardo, Carlos Pirelli, Deni, José Roberto, Márcio Barra Vento, Shayra Sayaad, Yara Pontes e Divorá Dara e Arilze

Dança no McDia Feliz

Dança cigana



Dança eclética

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A efetivação dos direitos dos povos indígenas

Por Luis Emmanuel Barbosa da Cunha
Advogado do Programa dhINTERNACIONALdo GAJOP


O relatório de visita ao Brasil do Relator Especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos e liberdades fundamentais dos Povos Indígenas foi apresentado na 12ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU. O documento traz várias recomendações e uma muito especial cai como uma luva no reforço da luta do Povo Xukuru.

O Relator pôde perceber o quanto é grave a situação dos povos indígenas no Brasil. Ele está preocupado especialmente com os problemas de ocupação de terras indígenas por não índios, com o processo de criminalização dos defensores dos direitos dos povos indígenas e com a ausência de indígenas nos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário em todos os níveis.

Ademais, quando um comandante do Exército declarou que a demarcação contínua da reserva Raposa Serra do Sol traria um grande problema para a defesa da soberania brasileira, isso explica a crise de representatividade observada pelo Relator Especial da ONU. Infelizmente, o indígena no Brasil não tem presença no núcleo político-econômico, ao contrário, é feito permanecer na “periferia” dos acontecimentos e visto como artesão de hábitos “exóticos”.

O exercício de fato dos direitos pelos indígenas é praticamente inexistente. Não há acesso à educação formal básica e superior, à saúde, à terra de seus ancestrais, à Justiça, à segurança pessoal e comunitária, ao exercício livre e não estigmatizado de sua cultura. A justiça quando chega não é aquela Justiça equitativa que equilibra as relações e mantém a paz, na verdade, é a justiça do Judiciário com toda sua truculência, com sua força policial, com suas prisões.

Diante desse quadro, o Relator Especial apontou algumas ações capazes, segundo seu ponto de vista, de melhorar as práticas das autoridades brasileiras com relação aos direitos dos povos indígenas no Brasil. As recomendações internacionais são um instrumento a mais de promoção e de proteção dos direitos humanos. Não se trata de um mero conselho que pode ser acatado ou não pelo Estado brasileiro e tudo segue como se nada houvesse acontecido. Um Relator Especial faz recomendações ao Estado quando ele tem informações seguras sobre a ocorrência de violações aos direitos humanos. O fato dessas violações acontecerem significa que o Brasil tem descumprido os compromissos internacionais, pior ainda, isso significa que o Brasil tem negado sistematicamente direitos fundamentais dos indígenas. Quanto aos direitos fundamentais, o Estado não escolhe qual, quando e se vai cumprir, tem de cumprir.

No caso dos povos indígenas há de fato uma série de violações aos direitos dos indígenas, praticados, principalmente, por autoridades do Estado. Isso faz ver a vulnerabilidade social dos indígenas. Dentre as vinte e três recomendações feitas pelo Relator Especial, a recomendação do parágrafo 92 se destaca.

As autoridades responsáveis pelo cumprimento da lei devem evitar processar indígenas por supostos atos criminosos quando esses atos são, na verdade, parte de atos legítimos de protesto, por exemplo, a recuperação de terras indígenas, e quaisquer processos criminais baseados nesses atos ou em atos relacionados a eles devem ser revistos (tradução livre).

Quando se lê essa recomendação, impossível não se lembrar do mais recente ato lançado contra a luta do Povo Xukuru pelo reconhecimento de suas terras e de sua cultura. O avanço da justiça criminal sobre os xukurus demonstra o quanto o Judiciário não está atento ou não se faz atentar para todas as circunstâncias do pleito xukuru em vista da posse das terras de seus ancestrais, conforme permite a Constituição Federal de 1988.

A luta xukuru pela posse de suas terras tradicionais é de toda legítima. A busca por essa efetivação não pode e não deve ser abafada pelo juízo criminal. Ninguém serve a dois mestres simultaneamente. Se o direito penal moderno e o processual penal estão limitados pelo princípio da dignidade humana, logo o uso deles a fim de violar direitos fundamentais, como observou o Relator Especial, é realmente errôneo e deve ser revisto.

Resta, portanto, manter a marcha em vista do reconhecimento de fato dos direitos indígenas. A condição do indígena como ator político e sujeito de direitos não será dada sem perseverança. Agora, a luta conta com mais vinte e três instrumentos de pressão.


www.gajop.org.br

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mais fotos dos ciganos





Também não há informações da autoria das fotos.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Ciganos

Audiência pública realizada na Assembleia Legislativa que discutiu algumas reivindicações de um grupo de ciganos, como uma representação no Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial - Compir e um espaço para abrigar algumas famílias, por cerca de 3 meses.

As solicitações estão sendo providenciadas, intermediadas pela Coppir.











Não há informação de autoria das fotos.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Instituto África Viva

Prezados amigos,

O Instituto África Viva continua em plena atividade, com muita luta e alegria pela chegada de Bangaly Konatê, irmão de Fanta Konatê , para integrar a Troupe Djembedon.
Realizamos: Shows de Dança e Percussão Africana, Cursos, Workshops, Palestras, Jantares Africanos, venda de Roupas, Instrumentos e Alimentos, Mostra de Vídeos, Roda de Tambores, Biomúsica (musicoterapia) em Empresas e Vivências Sensoriais com a temática Africana direcionada à qualidade de vida.

EM DESTAQUE:

1- PONTOS DE CULTURA (SP)
Estamos nos inscrevendo no Edital de Pontos de Cultura, onde estaremos propondo :
“PALESTRAS MULTIMÍDIA ITINERANTES SOBRE A GUINÉ E O BRASIL” abordando:

-A História do MANDÉN - Conhecido como IMPÉRIO DE MALI OU IMPÉRIO MANDINGA, unificado por SUNDJATA KEITA em 1235 na África Oeste (Guiné, Mali, Senegal, Gâmbia, Bissau, Costa do Marfim, Burkina Faso, Serra Leoa)

-A ARTE MANDÉN – A terra ORIGINAL dos GRIÔS, do tambor DJEMBÊ, os ritmos e danças dos HOMENS FORTES – DUNUMBÁ

-Independência da Guiné e Heranças Mandingas no Brasil.

SOLICITAMOS às Instituições de ensino, ONGS, Escolas de Samba, Associações e Órgãos Governamentais que tenham interesse em realizar esta palestra para nos contactar, enviando a Razão Social e Área de atuação, Público atendido, Quantidade de participantes, endereço e CNPJ para o email: palestradoinstitutoafricaviva@gmail.com

Dependeremos da aprovação no Edital para a execução gratuita dessas palestras em 2010.
Para aqueles que desejam contratar para 2009, o valor da contribuição é de 400 reais (em SP).

2 – CURSOS NO INSTITUTO ÁFRICA VIVA
(contatem previamente para confirmar presença)

DANÇAS DA GUINÉ com FANTA KONATÊ - Quartas 20h30
DJEMBÊ E DUNUNS INICIANTE com LUIS KINUGAWA – Quartas 19h
DJEMBÊ E DUNUNS AVANÇADO com BANGALY KONATÊ - Segundas 19h
VIVÊNCIAS DE BIOMÚSICA – Roda de Tambores para qualidade de vida – terças 20h

3 - CONTRATE O NOVO SHOW MULTIMÍDIA DE DANÇAS E PERCUSSÃO AFRICANA com FANTA KONATÊ E TROUPE DJEMBEDON – Poucas datas disponíveis em NOVEMBRO. Solicitem nosso Release no email: fantakonate@gmail.com

4 – ASSOCIE-SE AO INSTITUTO ÁFRICA VIVA e ganhe descontos em shows, eventos e materiais , consciente de que estará viabilizando a existência e sustentabilidade de nossos trabalhos. Informe-se pelo email: institutoafricaviva@gmail.com

5 – FAÇA SUA DOAÇÃO para a instalação do IAV na Guiné (obras em andamento) CENTRO DE DESENVOLVIMENTO SÓCIO AMBIENTAL - Cultura, Turismo, Desenvolvimento Humano, Primeiros Socorros, Educação e Permacultura.
BANCO ITAÚ
INSTITUTO ÁFRICA VIVA
AG 0300
Conta 25709-4

6 – VIAJE CONOSCO à GUINÉ CONAKRY realizando oficinas de dança e percussão, assistindo a shows e balés e visitando a aldeia natal da família de Famoudou Konate.
http://www.fantakonate.com/wp/viagem/hamana/ (fotos: Fanta Konatê)


Site: www.fantakonate.com e www.africaviva.org.br
Ouvir faixas do CD: www.myspace.com/fantakonate
Telefone: 11 3368-6049
Skype: djembedon1
Email: institutoafricaviva@gmail.com
MSN: institutoafricaviva@hotmail.com

Vídeos no youtube:
http://br.youtube.com/watch?v=BWWpgMiaSUA (NOVO - Krin 2009)
http://www.youtube.com/watch?v=8R7ZvXNuATo (NOVO - Virada Paulista 2009)
http://www.youtube.com/watch?v=qYIHoldhJD8 (NOVO - Workshop Forró da Lua Cheia)
http://www.youtube.com/watch?v=sP4eqiwvzMU (NOVO - final do Workshop Forró da Lua Cheia)
http://www.youtube.com/watch?v=l2T1oKqyGZ0 (2008 Tour)
http://www.youtube.com/watch?v=9xZphipb6M4 (Festival de Brasília)
http://www.youtube.com/watch?v=j6kcv4NG1Qw (Petit Mamady no Brasil)
http://br.youtube.com/watch?v=cCa1ep-xC3U (Iniciação de Petit Mamady)
http://www.youtube.com/watch?v=N81t6F07568 (Fanta Canta para os Quilombolas Kalungas)
http://www.youtube.com/watch?v=LftVba-O4SE (com Orquestra Tom Jobim)
http://www.youtube.com/watch?v=ezEzXZ0SOxY (com Rita Ribeiro no show de Simone Sou)
http://www.youtube.com/watch?v=M7cO-9JWHwo (com Meninos do Morumbi)
http://br.youtube.com/watch?v=_KNBV78OI64 (com Rita Ribeiro no show de Simone Sou 2)

Vídeos da Biomusica (Trabalho Humanitário com Tambores)
http://www.youtube.com/watch?v=YNDSAHhHsnI (África)
http://www.youtube.com/watch?v=FJFHdT8aAxE (Brasil)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Comemorando a diversidade

Vinte e um anos após sua criação, a Fundação Cultural Palmares festeja a valorização da cultura afro-brasileira

Começa nesta segunda-feira, dia 17/08, a comemoração do 21º aniversário da Fundação Cultural Palmares. Neste primeiro dia, o congraçamento se dará na sessão solene, que reunirá no auditório da sede da Fundação (Brasília), funcionários, convidados e autoridades.

A seguir, a abertura da exposição Negrice Cristal, do fotógrafo Januário Garcia. Segundo suas palavras, “sob o olhar ideológico, somos desiguais, mas o olhar cultural nos torna igual. Essa contradição nos persegue desde o período da escravidão. Os africanos, que aqui chegaram na condição de escravizados, eram considerados “coisas” e desprovidos de humanidade. A “humanidade” do escravo só era reconhecida, quando ele cometia crimes, porque era julgado pelos tribunais, como qualquer cidadão. No meu trabalho, apresento e realço “esse negro jeito de ser”, presente nos africanos e em seus descendentes. Procuro, através do meu olhar fotográfico, mostrar que nós, negros, temos maneiras de representar, simbolicamente e de forma original, os usos e costumes, valores materiais e imateriais, sem passar pelas desqualificações impostas pelo conceito do “exótico e do “primitivo”, mesmo vivendo dentro dos padrões ideológicos e culturais ocidentais, que discriminam o que chamariam de “o nosso jeito de ser”.

A próxima atração fica por conta dos integrantes do Jongo da Serrinha e do grupo Benkos Kusuto de la comunidad del Palenque de Basílio, da Colômbia, a partir das 18h, em frente à sede da Fundação Palmares.

O Jongo da Serrinha é um dos mais expressivos grupos de cultura popular do país. O Jongo é uma mistura de dança e música de origem africana e que influenciou diversas tradições brasileiras, em especial, o samba carioca.

O Jongo da Serrinha já tem 40 anos de história. O grupo de Madureira, Rio de Janeiro, foi fundado por Mestre Darcy e sua mãe, Vovó Maria Joana Rezadeira que, preocupados com a extinção do jongo na cidade, transformaram a antiga dança praticada nos quintais da Serrinha num belo espetáculo.

O grupo Benkos Kusuto é formado por quatro dos músicos mais destacados e reconhecidos percussionistas da comunidade de Palenque de São Basílio, na Colômbia, que vem especialmente para as comemorações do aniversário da Fundação Cultural Palmares, com o apoio e patrocínio da ACUA - Programa Regional de Apoio às populações Rurais de Ascendência Africana da América Latina.

O grupo é formado por Eduin Valdez - portador da tradição musical da dinastia Valdez - reconhecida como a família musical de Palenque - além de ser um expoente das músicas e das danças folclóricas e integrante do grupo Sexteto Tabalá; Moraima Hernández - referência em danças folclóricas, coreógrafa e pesquisadora dos ritmos afro-colombianos, além de rezadeira, dirigente da religiosidade palenqueira e instrutora de música e dança da Escola Batata; Adreus Valdez Torres - coordenador do Festival de Tambores, membro do Sexteto Tabalá, instrutor de música e dança da Escola Batata, também é referência em danças folclóricas, coreógrafo e pesquisador dos ritmos do Palenque; João Salgado Julio - um dos mais reconhecidos e destacados jovens percussionistas da comunidade de San Basílio, interpreta com destreza todo o conjunto de tambores existentes em Palenque.

Neste mesmo dia têm início as oficinas de chula e de percussão. A oficina de chula será ministrada por Roberto Mendes, no auditório da FCP, nos dias 17 e 18, pela manhã e à tarde. A chula é um ritmo característico do Recôncavo Baiano, uma espécie de samba de roda, que se tornou mais conhecido no Brasil através de algumas gravações de Caetano Veloso e Bethânia. Roberto Mendes é considerado por muitos críticos como um dos maiores compositores e violonistas brasileiros surgidos nos últimos vinte anos.

A oficina de percussão será ministrada por Mário Pan, do dia 17 ao dia 20, no Galpão da Funarte (Eixo Monumental próximo à Torre de TV), das 9h às 12h e das 14h às 17h. Mário Pam, fundador do curso de percussão da Escola Band-Erê, banda mirim do Ylê Aiyê, ajuda a comandar os 150 percussionistas que fazem parte do Ilê que desfila durante o Carnaval de Salvador. Ministra aulas de percussão para diversos grupos na Europa e Estados Unidos, em universidades e escolas de música. Como percussionista e arranjador musical, já participou das gravações de diversos artistas: do Ilê Aiyê, do Teatro Vila Velha, da Igreja Rosário dos Pretos, da Banda Mel, de Virgínia Rodrigues, de Morais Moreira, de Simone Sampaio, de 100 Anos de Tropicália, da cantora Finlandesa Bjork e do Senegalês Cheikn Lô.

Confira o restante da programação:
18/08
18 às 20h - Mostra Cultural - Maracatu do baque solto - Pernambuco e "Entre dos mares: ensamble musical de Colombia, Ecuador y Panamá" – sede da FCP

19/08
18 às 20h -Mostra Cultural - Tambor de Crioula, Grupo Bahía Trio (Colômbia) e convidados – sede da FCP

20/08
9 às 18h - Encontro de Mestres de Capoeira (com a participação de mais de 100 mestres vindos de várias cidades do Brasil) - Auditório FCP
18 às 19h - Mostra Cultural - Roda de Capoeira - Mestre Cláudio(Maceió/AL) - sede da FCP

21/08
10h - Cortejo da Lavagem - Terreiro Ilê Ase Ode Onisegum - Pai Ribamar (com a participação da cantora Margareth Menezes) - sede da FCP
11h - Resultado da Oficina de Percussão - sede da FCP
12h - Degustação de Comida Afro-Brasileira - sede da FCP
13h - Mostra Cultural - Samba de Roda Suerdick - Bahia, Congada Contos do Congo - Minas Gerais - sede da FCP

22/08
9 às 12h - Oficina de Ritmos Afro del Caribe y el Pacífico - Galpão da Funarte

21h – TEATRO NACIONAL
Desfile de Moda - Estilista Rodnei, de Minas Gerais
Abertura: "Entre dos mares: ensamble musical de Colombia, Ecuador y Panamá"
Entrega do Troféu Palmares
Show Luis Melodia e Lazzo Matumbi

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Seminário Internacional África





O seminário internacional é um evento que está sendo realizado por estudantes africanos, brasileiros e alguns professores da UFSC.

Tem como grande objetivo chamar atenção das universidades, acadêmicos e todas outras instituições e cidadãos de Florianópolis, Santa Catarina quiça Brasil e o Mundo, no sentido de saberem que a partir da realização do Seminário, estará se constituindo o Núcleo de Estudos Africanos na UFSC, que terá como finalidade, por meio de pesquisa, apresentação de projetos em seminários, palestras, e eventos com assuntos relacionados principalmente com o continente Africano e também afro-brasileiros dentre outras:

1) Reafirmar a importância de se estudar África no Brasil, contando com presença ativa de estudantes africanos;
2) Contribuir na correção de equívocos e erros passados por vários meios de comunicação, escolas e não só sobre ensino da historia de África no Brasil;
3) Construir um símbolo que identifica a passagem de estudantes africanos em universidades brasileiras, etc.